domingo, 12 de fevereiro de 2012

Rato


Sombra


Cesare Pavese: «Não se recordam os dias, recordam-se os instantes».

Jardim da Estrela



sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Amoreiras


Leonard Cohen


Não há muitas vantagens em envelhecer, mas uma delas é seguramente estarmo-nos nas tintas para o que os outros pensam de nós. Quando se chega a uma certa idade, a única opinião que verdadeiramente conta, no que a nós diz respeito, é a nossa. No caso de Leonard Cohen, isso só pode ser ainda mais verdade. Não só porque o homem é um filósofo, para não dizer um sábio, mas também porque se alguém já não tem mais nada a provar, nem ao mundo, nem a si próprio, é ele. Por isso, dão-me vontade de rir as más-línguas que afirmam que ele só voltou a gravar e a fazer digressões porque uma advogada, ou uma contabilista, o que vai dar ao mesmo, o enganou e que, em consequência disso, ele (que vivia retirado num convento budista) ficou sem um tostão. Quem tal afirma não percebe nada da alma humana e tem uma ideia errada sobre Leonard Cohen. Basta vê-lo a falar aos jornalistas, ou ouvi-lo num concerto: ele adora o que faz. De resto, mesmo em silêncio, na escuridão da cela mais ascética do mundo, o velho judeu canta, porque a música emana do seu corpo a cada instante e tudo nele é melodia e harmonia. Nesse caso, de que serve dizer que este disco é melhor do que aquele, ou que tal canção é mais conseguida que outra? Cohen só há um, aproveitemos enquanto ele ainda anda aí e edita novos discos. Sobretudo nestes tempos sombrios, pois ao menos o seu pessimismo, ao contrário de outros, é luminoso e esclarecido.
Resta-me acrescentar, a propósito do título do seu novo disco: as supostas novas ideias que ouço para aí constantemente, parecem-me todas tão antigas como o mundo. O que se passa é que as pessoas não perderam apenas a esperança e a coragem, perderam também a memória e, pior do que tudo, a imaginação. Felizmente ainda há gente como Leonard Cohen, para nos lembrar que nem toda a gente é surda e que ainda há coisas que vale a pena ouvir.

Lana del Rey


Em matéria de discos, o primeiro mês de 2012 foi sobretudo marcado por dois lançamentos, ambos bastante mediatizados, por razões bem diferentes: Old Ideas de Leonard Cohen e Born To Die de Lana del Rey. Comecemos por este último, pois o primeiro fica para o próximo post.
Como já toda a gente deve saber a esta hora, graças à Internet, Lana del Rey era já um fenómeno pop mundial ainda antes do disco sair. Entretanto, as debilidades demonstradas em palco e as acusações mais ou menos fundamentadas de plágio, têm contribuído, no fundo, para fazer ressaltar a sua aura de menina inocente e bem comportada que esconde (mal) uma calculista capaz das maiores perversidades. Algumas mulheres odeiam-na pura e simplesmente e clamam bem alto que tudo nela é falso, desde os lábios carnudos aos olhares de lambisgóia. Mas os homens, em geral, não ficam indiferentes a esta reencarnação de antigas estrelas de Hollywood.
Sou dos que pensam que ela sabe muito bem o que faz, e que se fabricação há, não é da indústria, porque a indústria não seria capaz de a pôr a dizer as coisas que ela diz nas entrevistas que tenho lido. Fica aí bem patente que de burra, a rapariga não tem nada. E a sua música? A música é à imagem desta imagem que ela criou para si própria: situa-se algures entre a insustentável leveza da sua sensualidade e a profundidade de um sonho pueril.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Weegee



A propósito da exposição Murder Is My Business, actualmente no International Center of Photography de Nova Iorque, Antonio Muñoz Molina assina no Babélia, o suplemento cultural do El País, mais um texto notável. O escritor espanhol traça uma breve biografia de Usher Fellig e faz o elogio da sua obra, chegando a declarar: «Weegee era un Caravaggio de las fotos con 'flash'». Molina lembra que parte do talento de Weegee consistia em ver o que não era óbvio, em estar atento às possibilidades do acaso e declara: «Después de haber visto tantas veces sus fotografías solo hoy me he dado cuenta de la compasión que hay en ellas, de un fondo confesional que se vuelve evidente cuando se comprende que esas calles por las que Weegee corría queriendo llegar a la escena de un crimen antes que los demás fotógrafos y hasta la policía eran las de su mismo barrio, y que la gente que aparece en ellas, los muertos, los testigos, los transeúntes que se vuelven un momento a mirar, los curiosos que se asoman a una ventana o a una terraza, son emigrantes pobres como él.» A referida exposição pode ser visitada até 2 de Setembro.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Lisboa





sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Prazeres






Ordem dos engenheiros


Lisboa (hoje)





quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Auto-retratos


Ocupar S. Bento



Imagens que valem muitas palavras

Paredes que falam







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